No primeiro trimestre de 2013, a Paraíba
teve o pior saldo de empregos no período desde 2002. O saldo é
calculado a partir das admissões subtraindo as demissões e contabilizou
menos 9.030 postos – foram 37.718 admissões contra 46.748 demissões. O
número representou 12% do saldo negativo da Região Nordeste, que teve
74.766 carteiras assinadas a menos nos meses de janeiro, fevereiro e
março.
Apesar do aspecto negativo, o saldo paraibano de menos 9.030 postos foi
o terceiro pior do Nordeste, mas ficou muito abaixo dos valores dos
dois primeiros: Pernambuco (-26.652 postos) e Alagoas (-24.896 postos). Nos municípios paraibanos, as maiores quedas foram registradas em Santa Rita (-4.577), Mamanguape (-1.343) e Campina Grande
(-191). Na capital, o saldo foi positivo: foram criados 223 postos de
trabalho. Mesmo assim, o número é inferior ao do ano passado, quando
contabilizou 995 vagas.
Além disso, a Paraíba tem o segundo pior salário médio de admissão do
país. Em média, o pagamento inicial ao trabalhador é de R$ 848,55, bem
abaixo da média nacional de R$1.079,92 e um pouco maior que o pago no
Piauí, de R$842,05.
As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo negativo deste ano (9.030) está 3,2 mil postos acima (5.826) em relação ao mesmo período de 2012.
A maior perda de postos foi na indústria de transformação (-5.815) e da
agropecuária (-3.447), seguidos pelo setor de comércio (-426) e
construção civil (-144). O saldo foi positivo apenas na área de
prestação de serviços, que fechou o trimestre com a criação de 844
postos de trabalho.
Segundo Edmundo Barbosa, presidente do Sindicato da Indústria de
Produção do Álcool na Paraíba (Sindalcool), a queda tem relação direta
com a seca e com o fim da safra da cana. 'O grosso dos desligamentos foi
motivado por isso. É uma redução sazonal e esperada, não há outro
motivo. Mas vale ressaltar que a seca pode impactar sim e gerar uma
redução nas contratações da próxima safra, uma vez que ela deve começar
mais tarde, em setembro”, explicou.
Essa redução nos postos de trabalho tem interferência direta na
economia do estado. De acordo com o professor de Economia da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Lucas Milanez, o consumo do dia a dia decai de forma imediata. 'Existe o
impacto social que já é, por si só, muito prejudicial. Em segundo
plano, o paraibano também deixa de aquecer a economia local através da
obtenção de crédito, uma vez que não dispõe de renda', pontuou.
G1PB