No Mineirão lotado, Raposa faz 2 a 1 e vai jogar pelo empate, na volta, no Morumbi. Uma vitória simples basta para o Tricolor Paulista avançar
O Cruzeiro está a um empate da semifinal da Taça Libertadores. Nesta quarta-feira, o time mineiro derrotou o São Paulo por 2 a 1, no Mineirão, e saiu na frente no duelo brasileiro pelas quartas de final. A Raposa ainda quebrou um tabu, já que não vencia o adversário há cinco anos. Leonardo Silva e Zé Carlos fizeram os gols celestes. Washington marcou para os tricolores e manteve o time vivo. A definição do classificado para a semifinal será no dia 17 de junho, no Morumbi. Na capital paulista, os são-paulinos precisam de uma vitória por 1 a 0. Quem passar vai encarar Grêmio ou Caracas (nesta quarta, os times empataram por 1 a 1 na Venezuela).
Ouça os gols do jogo com narração da Rádio Globo AM
Antes, porém, mineiros e paulistas terão um novo encontro. No próximo domingo, voltam a se enfrentar. Agora, pelo Brasileirão, na quarta rodada, em São Paulo.
Confira a tabela da Taça Libertadores
Pouca técnica, muita pancada e gol do Cruzeiro
Quem achou que a opção do técnico Adilson Batista de escalar o Cruzeiro com três volantes seria muito defensiva se enganou. Empurrado por um Mineirão lotado por mais de 52 mil pagantes, o time celeste partiu com tudo ao ataque e imprimiu velocidade, característica principal do seu jogo. Sem Wagner, machucado, a responsabilidade de criar as jogadas caiu sobre Ramires. Aos dois, o primeiro lance de perigo. Thiago Ribeiro recebeu na área, bateu de pé direito, mas a bola subiu demais. O São Paulo chegou pouco depois, aos cinco. Washington saiu da área, avançou pela direita e cruzou certinho para Jorge Wagner. O camisa 7 pegou de primeira, mas a bola explodiu na zaga.
Os primeiros 15 minutos foram de muito equilíbrio e marcação. Algumas vezes forte demais. Colado em Kléber, o zagueiro Miranda tentava conter as investidas do Gladiador. André Dias e Eduardo Costa o ajudavam. Do outro lado, Washington brigava com os zagueiros, enquanto Dagoberto, sonolento, pouco tocava na bola.
Aos 22, o lateral-esquerdo Gerson Magrão recordou os tempos em que jogava no meio. Carregou a bola para a entrada da área, limpou a marcação e bateu de longe com a perna direita, que não é a boa. O chute passou perto da trave esquerda do goleiro Denis. A partir daí, o jogo ficou concentrado no meio e até certo ponto violento. Aos 31, ânimos quentes. Richarlyson fez falta em Jonathan e, com o adversário caído por cima da bola, deu um chute perigoso. Apesar de ter atingido a pelota, seu gesto deu início a uma confusão envolvendo os dois times.
Três minutos depois, Ramires, que andava sumido no duelo, recebeu na área pelo lado direito do ataque e soltou uma bomba. Denis fez a defesa, a bola tocou no corpo do zagueiro André Dias e não entrou por muito pouco. Depois desse lance, os atacantes celestes Kléber e Thiago Ribeiro passaram a trocar de posição, numa tentativa de fugir da marcação.
Com mais vontade e posse de bola, o Cruzeiro tentava pela esquerda, pela direita, com atacantes ou volantes. Aos 44, Henrique recebeu na área e bateu rasteiro. Denis se esticou para defender e mandar pela linha de fundo. Na cobrança de Thiago Ribeiro, o zagueiro Leonardo Silva, ex-Palmeiras, subiu no meio da área para dar uma cabeçada certeira: 1 a 0, e explosão azul no Mineirão. O árbitro Carlos Chandía apitou o fim do primeiro tempo logo depois. De tão eufóricos, poucos torcedores perceberam. Cruzeiro melhor e em vantagem.