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terça-feira, 23 de junho de 2015

Nova comissão de senadores vai à Venezuela nesta quarta-feira

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou nesta segunda-feira (22) que a nova comissão de senadores que irá à Venezuela partirá do Brasil nesta quarta-feira (24). Ele criticou o grupo de parlamentares oposicionistas que foi ao país anteriormente e garantiu que a nova comitiva vai buscar uma posição equilibrada.

“Nós queremos conversar com todos, vamos conversar com o principal líder da oposição venezuelana – que é Henrique Capriles, que não foi procurado pela comitiva anterior – vamos conversar com as mulheres dos presos da Venezuela, queremos conversar com o governo. Agora, queremos ter uma posição equilibrada. A última coisa que nós queremos é que a Venezuela entre num processo de guerra civil. Isso é ruim para a Venezuela, é ruim para o Brasil, ruim para a América Latina”, afirmou o senador.

Lindbergh lembrou que a situação político-institucional na Venezuela é “gravíssima”, que já houve confrontos de rua e que 43 pessoas morreram. Ele garantiu que a nova comitiva vai defender a “legalidade democrática e a realização de eleições diretas”. No entanto, o senador admitiu que a comissão, da qual fará parte, só foi proposta porque a comitiva anterior foi hostilizada no país.

Na última semana, os oito senadores brasileiros que foram à Venezuela tiveram que retornar no mesmo dia, porque foram agredidos ao sair do aeroporto, com insultos e objetos atirados contra o ônibus em que estavam. Para Lindbergh, os senadores formaram uma “comissão partidária” que viajara para ouvir apenas um dos lados, acirrando o clima de tensão no país.

“Sinceramente, essa comissão de que o senador Aécio [Neves (PSDB-MG)] participou era uma comissão partidária. O senador Aécio, como presidente do PSDB, deveria ter pago passagem com dinheiro do PSDB. Eles foram conversar só com um lado. E não foram cuidadosos. Você colocar em um carro os principais líderes da oposição venezuelana, [a líder de oposição venezuelana] Maria Corina e as mulheres dos presos, foi inconsequente. Poderia ter gerado uma situação gravíssima, porque a situação da Venezuela é de muita tensão”, afirmou.

O senador petista classificou ainda de “preguiçosa” a visita dos colegas da oposição, uma vez que eles não insistiram em ficar no país, após o episódio de hostilidade, para cumprir a agenda prevista.

Aécio Neves rebateu as críticas de Lindibergh e classificou a nova comissão de “chapa branca”, dizendo que ela reage ao “incômodo que a comitiva anterior causou e não deveria ter causado”. “Acabo de ouvir aqui uma declaração patética de um dos líderes do PT que não dá uma palavra em relação aos presos políticos naquele país, como se fosse natural, e critica senadores. Meu Deus, o que nós fizemos é aquilo que os perseguidos pela ditadura militar no Brasil e os presos políticos clamaram durante todos aqueles 20 anos. Não posso crer que essas mesmas figuras hoje condenem algo que foi feito de forma absolutamente correta, oficial”, afirmou.

O senador mineiro ressaltou que a comissão da qual participou não tinha agenda prevista com o governo da Venezuela, porque “não interessava a eles [governantes]” recebê-la, e disse que isso também não interessava aos parlamentares brasileiros. “Infelizmente, estamos vendo o conforto que alguns senadores manifestam na companhia do senhor Maduro. Nós, da oposição, não nos sentimos confortáveis na presença dele”, afirmou.

Além de Lindbergh Farias, integram a nova comitiva os senadores Telmário Mota (PDT-RR), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR), que presidirá o grupo.