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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sucesso dos Jogos Escolares da Juventude abre portas para o Rio-2016

Durante nove dias, a nata do desporto escolar esteve em João Pessoa. Os Jogos Escolares da Juventude, para atletas de 15 a 17 anos, encerrados no sábado, não apresentaram ao país apenas os futuros ídolos do esporte brasileiro, mas também deixou claro que a capital paraibana é hoje um dos principais polos do país quando o assunto é infraestrutura.
A constatação não é de nenhum dirigente ufanista, e sim de Edgar Hubner, diretor geral dos Jogos Escolares e gerente-geral de Juventude e Infraestrutura do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
- O COB vem aumentando muito o nível de exigências para a realização dos Jogos Escolares da Juventude. E posso dizer que João Pessoa é hoje uma das poucas cidades do país que preenchem todos os requisitos - elogiou.
O dirigente diz que, para sediar uma competição desse porte, com mais de 4,5 mil atletas dos 26 estados e do Distrito Federal, a cidade precisa apresentar alguns critérios.
- Ela precisa ter vários locais de competição, até porque são 13 modalidades. Precisa de uma infraestrutura como a do Centro de Convenções, ter hospitais credenciados e uma rede hoteleira que suporte tantas pessoas. Algumas cidades podem até apresentar um ou outro item isolado, mas ter todos ao mesmo tempo é difícil - completou Edgar Hubner.
Sem querer comparar a estrutura de João Pessoa com a de outras cidades-sede dos Jogos Escolares, como Natal e Londrina, o dirigente do COB voltou a elogiar a estrutura paraibana.
- Estou muito impressionado com o Centro de Convenções, com o parque aquático, com a pista de atletismo. São equipamentos muito bons que João Pessoa ofereceu. Já tivemos problemas em outros anos com locais de competições, por exemplo. Agora deu tudo certo - avaliou.
Com os olhos do Brasil voltados para João Pessoa, a cidade tratou de fazer a parte dela e apresentar um portfólio de olho nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. A intenção é seduzir alguma delegação para fazer o período de aclimatação, ou mesmo de treinos, na capital paraibana.
Nesse ponto, os equipamentos destacados por Edgard Hubner saem na frente: a pista de atletismo da UFPB e o parque aquático da Vila Olímpica Ronaldo Marinho.
- Já temos sondagens para receber a equipe de saltos ornamentais dos Estados Unidos e a de nado sincronizado da Holanda. Além disso, a própria CBDA já nos delegou a organização de vários campeonatos nacionais - comemorou Antônio Meira, presidente da Federação Paraibana de Esportes Aquáticos (Feap), referindo-se ao Parque Aquático da Vila Olímpica.
A pretensão de se inserir no mapa olímpico de 2016, no entanto, não é tão fácil. Edgar Hubner lembra que a decisão de escolher João Pessoa para treinos e aclimatação depende exclusivamente de cada país.
- Isso vai depender de uma negociação direta entre a cidade e os comitês olímpicos. O COB não tem nenhuma responsabilidade nas escolhas. Pode, evidentemente, ser consultado e dar uma opinião - completou o dirigente.
Esporte une sonhos e muda a vida
Mas não é só João Pessoa que acalenta o sonho olímpico através dos Jogos Escolares da Juventude. Muitos dos atletas que estiveram na capital paraibana vão formar o Time Brasil no futuro.
A chance mais próxima de representar o país é nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, que vão acontecer em Buenos Aires.
- Na última edição, em Nanquim, 72% da delegação brasileira tinham passado pelos Jogos Escolares. A tendência é que esse patamar seja mantido ou até mesmo aumentado para Buenos Aires. Muitos desses atletas que passaram por aqui, na faixa etária dos 15 aos 17 anos, podem estar na Argentina - previu Edgar Hubner, falando como gerente-geral de Juventude e Infraestrutura do Comitê Olímpico Brasileiro.
Filho de ex-atleta, o paulista Felipe Cundierv tem o vôlei correndo nas veias. Além da mãe, o avô, a avó e o tio são adeptos da modalidade. O tio, Rodriguinho, que atua pelo Montes Claros, serve de exemplo para o jovem, que abandonou o futebol para jogar bola com as mãos.
- Minha família já vivenciou tudo isso e eu quero seguir o que eles já fizeram. Vou continuar fazendo isso e incentivar meus filhos e meus netos - filosofou Felipe, um dos destaques de São Paulo, que chegou à final do vôlei masculino.
Nascida no bairro das Indústrias, em João Pessoa, a paraibana Maryanna Farias, de 16 anos, talvez não tenha muitas chances no basquete brasileiro. Mas pode dizer que o esporte já mudou a sua vida.
Foi através do basquete que ela trocou a escola pública por uma particular, graças a uma bolsa de estudo. Talentosa, a atleta integra desde os 13 anos a seleção paraibana de basquete, o que lhe trouxe novas oportunidades na vida.
- Nesses três anos de seleção paraibana, já viajei para dezenas de lugares por todo o Brasil. Com as condições financeiras que minha família tem, se não fosse pelo basquete eu jamais sairia da minha cidade. Tenho o sonho de um dia conhecer os Estados Unidos e jogar em alguma equipe da WNBA, além, é claro, de defender a seleção brasileira - revela Maryanna, de 1,72m, fã de Marcelinho Machado, Adrianinha e Hortência, que também defende o recém-fundado time de basquete do João Pessoa Espectros.
Assim foram os Jogos Escolares da Juventude em João Pessoa. Unindo sonhos de atletas que pareciam tão distantes. Afinal, o Rio-2016 é logo ali.

Globo Esportes PB