A sessão ocorreu no plenário José Mariz e contou com a presença dos deputados Gervásio Maia (PMDB), Trócolli Junior (PMDB), Hervázio Bezerra (PSDB) e Anísio Maia (PT), que pleiteou a sessão. Na sua fala, o petista disse que “um grande problema no país hoje são as empresas prestadoras de serviço, onde o consumidor sofre e as empresas fazem manobras jurídicas para não cumprir o que prevê a concessão do serviço. A Energisa tem relação conflituosa com os consumidores e é inacreditável que tais práticas existam em pleno século XXI”, definiu.
Já a vereadora Raissa Lacerda, que participou da sessão, afirmou também que 4 funcionários que denunciaram esta prática já pediram proteção policial para falar sobre o assunto. Raissa disse também que já recebeu mais de 150 denúncias sobre estas práticas.
O deputado Gervásio Maia destacou a importância do Ministério Público da Paraíba para fiscalizar as acusações. “O MP precisa nos acompanhar nessa fiscalização, pois ele tem função fiscalizadora e tenho certeza que vai nos ajudar. O que nós esperamos é respeito para com a população, pois uma empresa não pode querer ganhar dinheiro à custa do cidadão paraibano”.
Por sua vez, o deputado Hervázio Bezerra, líder do Governo na Casa, disse que se comprovada as irregularidades é necessário punir os culpados. “Tudo deve ser colocado na mesa de forma clara, pois se ficar comprovado de fato, concordo que o culpado tem que pagar”, ressaltou.
Outra denúncia feita pelo coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários da Paraíba (STIU-PB), Wilton Maia, é que “a Energisa ataca os funcionários criminalizando-os, e ainda expõe os funcionários a situações constrangedoras. Além disso, há disparidade salarial para funcionários que ocupam o mesmo cargo. CPI na Energisa já!”, defendeu.
Nadja Palitot, coordenadora do Procon Municipal, classificou que a Energisa está cometendo crime, previsto no código penal nos artigos 340 e 342. “A acusação falsa de crime pode dar até 4 anos de cadeia. Eu agradeço a todos os funcionários que denunciaram este absurdo”, afirmou. Nadja também acrescentou que o Procon-JP já enviou um ofício à Aneel informando sobre o caso. “Queremos que a Energisa perca a 1concessão e vamos acionar todas as instâncias para apurar estes fatos”, concluiu.
O outro lado - Por fim, o diretor comercial da Energisa, André Theobald, negou que exista qualquer irregularidade na forma como a empresa tem trabalhado e agido com os seus funcionários. “Temos a convicção de que estamos fazendo a coisa certa e dentro da legalidade. A empresa jamais orientou nem exigiu que qualquer funcionário fosse contrario aos valores que ela acredita. A Energisa preza sobre tudo em respeito aos seus colaboradores e seus clientes, pois traz serviço de qualidade que vem ano após ano melhorando”.
Sessão na CMJP - Na manhã de hoje, a Câmara de João Pessoa também realizou uma sessão especial para discutir o assunto. Os deputados Gervásio Maia e Trócolli Junior (ambos do PMDB) participaram da reunião, que reunião mais nove entidades de todo o Estado.
A denúncia - Segundo relatos, a Energisa obriga seus funcionários a pegar de três a cinco vítimas por dia com a “Mafia do Fio Preto”. O crime seria feito com o funcionário indo até a casa da vítima alegando que ia trocar o medidor e ao final do serviço fazia o consumidor assinar a confissão de que tinha o gato na sua residência pensando que era um protocolo da troca do medidor.