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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Irã reage a protestos e amplia restrições à imprensa internacional

Acusações de fraude na eleição presidencial levaram Irã à crise política interna. Entre as primeiras vítimas estão a imprensa internacional e as novas mídias. Jornalistas estrangeiros não podem mais deixar suas redações.
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Em reação aos protestos oposicionistas em várias cidades do país, o governo do Irã impôs nesta terça-feira (16/06) fortes restrições ao trabalho da imprensa internacional. Em comunicado enviado às redações, o Ministério iraniano da Cultura proibiu a presença de jornalistas estrangeiros em "manifestações ilegais", uma referência aos protestos oposicionistas.
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Um representante do Ministério iraniano da Cultura declarou à agência de notícias Reuters que jornalistas estrangeiros não podem mais deixar os escritórios de suas respectivas redações. "Nenhum jornalista tem permissão de fazer reportagens, filmes e fotos na cidade", afirmou. Só é permitido trabalhar dentro das redações, disse o representante.
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As novas dificuldades impostas pelo governo iraniano ao trabalho da imprensa internacional foram condenadas pelo governo da Alemanha, pelo Sindicato dos Jornalistas Alemães (DJV) e pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.
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O encarregado do governo alemão para direitos humanos, Günter Nooke, disse que a decisão iraniana é uma afronta às convenções internacionais. "Espero que o Irã respeite os acordos que assinou", disse. O presidente do sindicato DJV, Michael Konken, exigiu que o governo iraniano garanta a plena liberdade para o trabalho dos jornalistas.
. Os protestos da oposição continuaram nesta terça-feira no norte de Teerã. Na segunda-feira, ao menos sete pessoas morreram em manifestações no país. Os oposicionistas afirmam que houve fraude nas eleições que asseguraram mais quatro anos de poder ao presidente Mahmud Ahmadinejad.
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Censura à mídia local
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Ainda na segunda-feira, o governo alemão conclamara Teerã a respeitar a liberdade de imprensa. Segundo estimativa da ONG Repórteres sem Fronteiras, a situação da liberdade de imprensa no Irã é catastrófica. No ranking que engloba 173 países, o país ocupa o 166° lugar, uma posição antes da China.
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A televisão estatal iraniana mantém um monopólio de sete canais de televisão, que antes da eleição foram usados, sobretudo, para divulgar a imagem de Ahmadinejad: em viagens pelo interior, diante de multidões jubilosas, em visitas a desprivilegiados.
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Com a censura à mídia local, a internet e a telefonia celular tornaram-se, mais do que em qualquer outra eleição anterior no Irã, instrumentos de campanha eleitoral e de propagação de notícias, utilizados principalmente pela oposição.
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Todavia, no contexto das eleições e da atual crise, nem mesmo a internet e os serviços de mensagens via celular escaparam da censura local, que passou a afetar também transmissões provenientes de emissoras estrangeiras.
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