Em apenas quatro anos e quatro meses o comércio ilegal de drogas movimentou na Paraíba aproximadamente R$ 350 milhões e matou cerca de 2,8 mil paraibanos. A maioria das vítimas eram adolescentes e jovens, de 15 a 29 anos, negros ou pardos e do sexo masculino.
A estimativa de lucro desse comércio ilícito foi feita com base em estatísticas de apreensões divulgadas pela Polícia Federal do Estado (PF-PB) e em projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), que estima que, em todo o mundo, o aparelho policial só consegue apreender em torno de 10% da droga que entra e circula no Estado.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de 2005 a abril deste ano, foram assassinadas na Paraíba 3.582 pessoas. Desse total, 80% das mortes (2,8 mil) teriam ligação com o consumo ou o tráfico de drogas, de acordo com a Polícia Civil do Estado. Da periferia aos bairros nobres, as drogas ultrapassaram os muros das escolas e estão presentes em todas as classes sociais. Segundo a PF, o consumo vem aumentando a cada ano, inclusive entre as classes média e alta.
Venda de crack aumentaO volume de cocaína apreendido, este ano, pela Polícia Federal na Paraíba já é 63 vezes maior do que o total apreendido durante todo ano de 2008. Até 5 de abril deste ano, a PF registrou pouco mais de um quilo. Já no ano passado, foram apenas 18 gramas.
A maior preocupação da polícia é em relação ao crack, a chamada “pedra da morte”, conhecida pelo grande poder de viciar o seu usuário em um curto período de tempo. A quantidade de crack apreendido, este ano, somente pela PF já é 37,8% maior do que o total de todo o ano passado. Em 2008, a Polícia Federal apreendeu 111 quilos dessa droga. Este ano, já são 153 quilos, somente nos quatro primeiros meses do ano. E esse volume só representaria 10% do total de droga que realmente circulou no Estado, de acordo com as projeções da ONU.